terça-feira, 1 de abril de 2008

Mas afinal, o que é ter personalidade?


Já ouvi muitas vezes pessoas falando: "...fulano tem personalidade... ciclano não tem!..." Mas a definição de personalidade em si nunca parei para pensar, a não ser nestes instantes...

Personalidade deriva do latim - persona - que significava máscara, ou seja aquilo que queremos parecer aos outros. Na Psicologia
a Personalidade é uma organização dos vários sistemas físicos, fisiológicos, psíquicos e morais que se interligam, determinando o modo como o indivíduo se ajusta ao ambiente em que vive. Para o Espiritismo a personalidade está na Alma da pessoa.

Como chegarei então a uma definição de personalidade? Deverei considerar o ser humano um produto exclusivo do seu meio, um aglomerado de reflexos condicionados pela cultura e pela aprendizagem, desprovido de vontade própria? Ou um punhado de genes, resultado de uma máquina programada a agir desta ou daquela maneira, conforme teriam agido exatamente os nossos ascendentes biológicos?

Apropriando-me de uma frase de Fernando Pessoa que dizia mais ou menos isto: “não acredito em nenhuma religião, todas elas são a verdade” e buscando um meio termo, como apelo ao bom senso, podemos unificar estas três dimensões: Consideremos então, uma natureza biológica, em que os genes herdados apresentam-se como possibilidades variáveis de desenvolvimento, a modelação do meio, incluindo aqui a cultura e as aprendizagens, e uma natureza existencial, supra-biológica: a pessoa, ser único e individual, distinto de todos os outros indivíduos da sua espécie. Chegamos assim a uma peculiar combinação que evidencia a natureza bio-psico-social do ser humano.

Todas as pessoas têm sua personalidade, ela é delimitadora de sua relação com seus iguais e a máscara que todos usam, nas suas relações interpessoais.

A humanidade, muitas vezes, pode ser enxergada como protagonista de uma peça de teatro onde cada um desempenha um papel imposto pelo grupo. À semelhança do teatro, quanto mais perfeito é o desempenho do indivíduo, mais aplauso receberá da platéia, esta, basicamente, formada pelos elementos circundantes.

Pode-se definir que o aplauso é o alimento do ego e, em busca daquele, os indivíduos permitem-se a pequenas variações em seus papéis decorrentes daquilo que julgam adequado para agradar aos espectadores.

Quando o personagem não é compreendido pelo grupo circundante procedendo no exagero nas variações das máscaras utilizadas para o seu aperfeiçoamento, ou o medo em usá-las para realizar o seu papel na sua plenitude, pode levar a desajustes que são denominados modernamente de neurose.

O temor de não ser aprovado pela sociedade leva a uma rigidez na mudança das máscaras, ou seja, o temor da vaia cria o sentimento de timidez. Em contrapartida, a carência de aplausos leva o indivíduo à busca desenfreada de destaque especial ao papel perante a platéia.

As máscaras, na verdade são defesas, cuja finalidade principal, é proteger o indivíduo do meio circundante. Na psicologia social
e na sociologia, a individualidade (e suas máscaras) perde parte de sua importância quando se trata da análise da ação do grupo como um todo. A somatória das máscaras individuais, gera uma defesa grupal, onde não se reconhece o ser isolado e sim, a reação do grupo.

Para mim... personalidade é ser você mesmo! Embora esse clichê já seja bem conhecido, poucas pessoas colocam ela na prática de suas vidas!

PS: Amigos, essa semana a pessoa que me inspirou a tudo isso aqui, pessoa pelo qual sou muito grata, reestreiou seu Blog The Voices in My Head, passem por lá e apreciem. Vale mesmo a pena!!!

...Até a próxima...

7 comentários:

  1. Oi Jamille,
    Eu tambem acho que ter personalidade é ser eu mesma, mas hoje ja consigo admirar outras pesssoas e ate me inspirar sem perder minha essencia.
    Beijos

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  2. nossa, amei teu post de hoje... Vou passar a noite refletindo a respeito... Ainda não tenho opiniões formadas... A não ser que acho que todo mundo se esconde atrás de máscaras, e fala de si mesmo projetando aquilo que gostaria de ser, e não aquilo que é de verdade...
    Buenas, adorei... Beijos beijos boa quarta!!!!

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  3. Oie..
    Hummm.. personalidade, como tu disse, acho que acaba influenciada pelo meio, também. Cada um tem a sua, mas sempre acaba tendo de se adaptar ao meio, pra ser aceita, pra agradar ou, simplesmente, para se agradar.
    Todos usam máscaras para cada momento, acho que é natural, e faz parte da personalidade, acho impossível ser você mesmo, fiel a tudo o que pensa, o tempo todo.

    Bjos e ótima quarta.
    Belo texto.. vai me fazer pensar bastante

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  4. Muito bom levantar essa questão! Realmente, todos recorremos a máscaras, logo, somos influenciados pelo resto do mundo, sim. Não há como se apropriar de sua personalidade sozinho, tudo depende de como, ou das ferramentas que você adquiriu ao longo da vida para que conseguir lidar com as influências do meio.
    Afirmar demais que tem personalidade é mais insegurança, medo do que o outro pensa de você. Neurose: cada um tem a sua! Rá!!!

    Beijocas

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  5. personalidade é um assunto muito complexo.Acho que personalidade foi algo que a psicologia inventou como algo padrão.Mais que não se define porque cada um é diferente, mais que se assemelham com algumas características dessa "personalidade padrão".
    por isso que existe essa que "alguém não tem personalidade" acho que quer dizer q essa pessoa não tem padrão.Mais esquece que essa pessoa è ÚNICA!!!

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  6. OI, personalidade um tema interessante.
    mas cada um de nós tem a sua.

    Jokas e bom fim de semana;)

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  7. Nossa...eu na verdade sempre soube que não era só o sobrenome Lobato, mas você escreve cada dia melhor mocinha...Quero serLobato também...hehehe.

    Obrigado pela propaganda...Quanto a valer muito a pena, tenho minha dúvidas...

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O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!