quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O [In]Esperado

"As estrelas brilham sem saber mas cada vez melhor
Pois foi só você aparecer todas desceram pra ver você brilhar de cor
O que mais chamou minha atenção sua expressão sutil
Isso eu já não posso esquecer porque não foi só visão o coração sentiu
A tenda da noite enche de sombra um sonhar vazio
Percorri tantas fontes até ver você sair do nada pros meus horizontes
Que a manhã pura e sã com as mãos de jasmim vá roçar seu rosto
Pro amor ardente despertar por mim
Deus é pai, vai saber se acontecer serei seu até o fim
E em tempo de chuva que chova eu não largo da sua mão
Nem que caia um raio eu saio sem você na imaginação"
Se acontecer - Djavan


Há momentos que devem ficar na memória, momentos que não podem ser apagados, que não podem ser substituídos... únicos.
Descoberta de palavras novas, palavras estas que podem até fazer parte do cotidiano, mas com um significado novo.
Intrigante... Provocante... Tentador.
Provida dos grandes "pecados do mundo" não me disponho as explicações, não ofereço respostas às perguntas que meu sorriso de bom dia está a despertar na curiosidade alheia. Nem tão quanto a aquele sonzinho de uma trilha sonora que está me entorpecendo aos poucos. Lembro-me então das frases de Fogo, Capital Inicial:

"Eu já não sinto nada
Sou todo torpor
É tão certo quanto o calor do fogo
É tão certo quanto o calor do fogo
Eu já não tenho escolha
Participo do seu jogo
Eu participo
Não consigo dizer, se é bom ou mal...."
É assim, acontece. Como pode acontecer comigo, com você, com todos.
Em um dia qualquer, sem hora marcada, sem premeditações de palavras, sem interesse, sem máscaras ou mentiras aparece um cenário novo, um personagem novo nessa grande peça da vida. Só que dessa vez, não é para atuar apenas como coadjuvante.

"Every time
Every mine...
Every ours"

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Minha trilha sonora


Para quem me conhece, e quem me lê, não é novidade eu começar o post com um início de uma música. No entanto, eu parei para pensar em trechos que talvez definiriam minha vida. Aí vão algumas:

About-me:

"Você pode me ver do jeito que quiser/ Eu não vou fazer esforço pra te contrariar/ De tantas mil maneiras que eu posso ser/ Estou certa que uma delas vai te agradar/ Porque eu sou feita pro amor da cabeça aos pés/ E não faço outra coisa do que me doar/ Se causei alguma dor não foi por querer/ Nunca tive a intenção de te machucar." (Rosas - Ana Carolina)

Para a vida:

"Nós que passamos apressados / pelas ruas da cidade/ merecemos ler as letras e as palavras de gentileza/ por isso eu pergunto a você no mundo/ se é mais inteligente o livro ou a sabedoria/ o mundo é uma escolaa vida é um circo/ amor palavra que liberta/ já dizia um profeta..." (Gentileza - Marisa Monte)

Para relaxar:

"A barca segue seu rumo, lenta/ como quem já não quer mais chegar/ como quem se acostumou no canto das águas/ como quem já não quer mais voltar..." (Caminho das Águas - Maria Rita)

Para escrever:

"Solo de Piano: Bella's Lullaby de Carter Burwell"

Uma lição:

"If there's lessons To be learned/ I'd rather get My jamming words/ In first, so/ When your playing With desire/ Don't come running To my place/ When it burns Like fire, boy" Traduzindo: "Se há lições para ser aprendidas/ Eu prefiro obter minhas palavras atravessadas/ em primeiro, então/Enquanto você faz o seu jogo do desejo/ Não volte correndo para cá quando aí estiver pegando fogo, rapaz" (Sweet About Me - Gabriella Cilmi)

Pras pessoas com pouca simpatia sobre mim:

"Se você quer brigar e acha/ que por isso estou sofrendo/ Se enganou, meu bem, pode vir quente que eu estou fervendo/ Pode tirar seu time de campo/ O meu coração é do tamanho de um trem/Iguais a você, apanhei mais de cem/ Pode vir quente que eu estou fervendo" (Pode vir quente que eu estou fervendo - Barão Vermelho)

Fossa:

"Saí à toa nessa madrugada/ Sem saber porquê/ A noite daqui é tão linda e me faz me perder/ Penso num belo horizonte em poder te ver/ Sei que eu não tenho mais nada a perder/ Meu carro que não quer mais andar/ Essa noite que não quer terminar/ Onde está você meu amor?/ Eu preciso de um pouco de calor" (Um pouco de calor - Ney Matogrosso)

Choro com:

"Sometimes I feel so happy/ Sometimes I feel so sad/ Sometimes I feel so happy/but mostly you just make me mad/Baby, you just make me mad/ Linger on your pale blue eyes/ Thought of you as my mountain top/ thought of you as my peak/ A thought of you as everything/ I've had, but couldn't keep/ I've had, but couldn't keep" Traduzindo: "Às vezes sinto-me tão feliz/ Às vezes sinto-me tão triste/ Às vezes sinto-me tão feliz/ Mas na maioria das vezes você me enlouquece/ Baby, você me deixa louco/ Prolongue seu pálido olhar azul/ Imagino-te como o topo de minha montanha/ Imagino-te como meu cume/ Imagino-te como tudo/ O que eu tinha, mas não consegui segurar/ O que eu tinha, mas não consegui segurar." (Pale Blue Eyes - Marisa Monte)
Danço com:

"What are we suppose to do/ After all that we've been through/ When everything that felt so right is wrong/ Now that the love... is.. gone.../ There is nothing left to prove/ Now you still deny the simple truth/ Can't find the reason to keep holding on/ Now that love is gone" Dispensa tradução - (Love is Gone - David Guetta)

Eterna:

"Hoje contei pras paredes/ Coisas do meu coração/ Passeei no tempo/ Caminhei nas horas/ Mais do que passo a paixão/ É um espelho sem razão/ Quer amor fique aqui?/ Meu peito agora dispara/ Vivo em constante alegria/ É o amor que está aqui" (Amor I Love You - Marisa Monte)
Em suma:
"Eu admiro o que não presta/ Eu escravizo quem eu gosto/ Eu não entendo./ Eu trago o lixo para dentro/ Eu abro a porta para estranhos/ Eu cumprimento./ Eu quero aquilo que não tenho/Eu tenho tanto a fazer/ Eu faço tudo pela metade./ Eu não não percebo./ Eu falo muito palavrão./ Eu falo muito mal./ Eu falo muito./ Eu falo mesmo./ Eu falo sem saber o que estou falando./ Eu falo muito bem./ Eu minto" (Tudo pela Metade - Marisa Monte)


Muito mais a ser ouvido, muito mais para me inspirar, essas são apenas uma pequena amostra.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tudo pela Metade

"O ciume é uma constrangida homenagem que a inferioridade presta ao mérito"
Quem nunca teve ciúmes que atire a primeira pedra. Eu, particularmente tive problemas pessoais com esse sentimento. Mas por que sentimos ciúmes? Este sentimento é movido por fatores emocionais: a posse e a insegurança. Junto à atitude possessiva, pode se encontrar os sentimentos de inferioridade e de rejeição, tudo isso, coligado ao medo de perder a pessoa amada... Amada?

Esses fatores são os culpados por esse inferno particular. E então? O que fazer? O primeiro passo é perder o orgulho e assumir que você é uma pessoa ciumenta.
No ciúme, as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas - decorrentes ou não do sentimento de inferioridade, ou sinceramente muitas das vezes, delirantes.

Depois das idéias de ciúme, a pessoa é compelida à verificação compulsória de suas dúvidas. Daí que os sentimentos de posse, desamor e insegurança passam a ser irracionais.
E o que acontece? Principalmente na relação amorosa, a tendência é tentar exercer controle sobre os passos da outra pessoa. Começam assim as cobranças, as brigas e a vida a dois se transformando num verdadeiro inferno.

Afinal, sentir ciúmes é normal? Tão normal quanto sentir saudades, por exemplo. Mas, ainda como a saudade, o ciúme é um sentimento normal quando surge como resposta a uma situação real, imediata, com sua duração limitada há um tempo que nem sempre é definido, porém certamente limitado.

Quando o ciúme, entretanto, começa a se prolongar no tempo e aumentar de intensidade, alguma coisa deve estar acontecendo. A saudade, por exemplo, quando intensa e prolongada, pode gerar uma situação mais séria de depressão. O ciúme também, só que atua mais na esfera da angústia e da ansiedade, gerando, portanto, estados ansiosos mais persistentes, portanto muito dolorosos.

É preciso aprender a respeitar limites, ninguém é dono de ninguém. Todos precisam ter sua individualidade, liberdade e principalmente respeito. Valorize-se e ame-se.

E se hoje eu escrevo isso, é porque aprendi muito bem o que pode acontecer a si próprio, você acaba não se sentindo inteira. No entanto, a aprendizagem não pára aí. Viver bem, consigo e com o outro, numa relação de confiança e respeito é muito melhor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Veneno sem Antídoto

"Tudo é veneno, não há nada que não seja veneno.

O que difere o veneno do farmaco é a dose."

(Paracelsus)

Fiz de você minha fantasia
Troquei consciência entre certo e errado
Pudores e recalcos
Querer e poder.

Ao som do novo,
mas não desconhecido,
Permiti que seu sorriso convidativo trouxesse à tona desejos...
...vontades...
E o único objetivo: você.

Envolvida pelos encantos do momento
Permito-me, então, provar do seu letal veneno.
Sentindo a cada gole o pulsar das veias,
a respiração ofegante,
perda da realidade.

Hoje o sol mata minha pele
Anseio pela noite porquê é nela que tenho o que mais desejo.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Hoje é Dia de Cecília



" Aqui está minha vida.
Esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz,
esta concha vazia, sombra de som
curtindo seu próprio lamento.
Aqui está minha dor,
este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança,
este mar solitário
que de um lado era amor e, de outro, esquecimento."



Hoje, em comemoração ao aniversário de Cecília Benevides de Carvalho Meireles, ou apenas Cecília Meireles, o Blog Na Dança das Palavras de Leonor Cordeiro propôs a blogagem coletiva no intuito de publicarmos textos que admiramos da poetiza.

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea."(Paulo Ronáio)

Cecília marca minha adolescência e poetiza minha vida com os seguintes poemas:

"Cântico II

Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu"

"Cântico VI

Tu tens um medo:

Acabar.

Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno."

(Os cânticos acima foram extraídos da "Antologia Poética", Editora Record - Rio de Janeiro, 1963, págs.25, 32.)


O porquê desses cânticos, os mais apreciados por mim? Deixo que ilustre os meus pensamentos, pelas próprias palavras da autora:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno."


"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Uma volta e meia


Preso nessa cela
De ossos, carne e sangue,
Dando ordens a quem não sabe,
Obedecendo a quem tem,
Só espero a hora,
Nem que o mundo estanque,
Pra me aproveitar do conforto,
De não ser mais ninguém.
Eu vou virar a própria mesa,
Quero uivar numa nova alcatéia,
Vou meter um "Marlon Brando" nas idéias,
E sair por aí,
Pra ser Jesus numa moto,
Che Guevara dos acostamentos,
Bob Dylan numa antiga foto,
Cassius Clay antes dos tratamentos,
John Lennon de outras estradas,
Easy Rider, dúvida e eclipse,
São tomé das Letras apagadas,
E arcanjo gabriel sem apocalipse.
Nada no passado,
Tudo no futuro,
Espalhando o que já está morto,
Pro que é vivo crescer,
Sob a luz da lua,
Mesmo com sol claro,
Não importa o preço que eu pague,
O meu negócio é viver,
Sob a luz da lua...
Mesmo com sol claro...
Preso nesta cela.


Um comentário foi feito em meu passado. Um questionamento sobre os meus motivos, indagações que sempre mexem com meus pensamentos e com minhas próprias indagações. Eis então que a partir daí percebi que eu estava lutando contra meus próprios gostos.

Mudei a "casa".
Soltei os "Leões" no quintal.
Matei meu "amor".

Mas a cor da parede continuará a mesma, pelo significa dela própria. O Vermelho. O sangue vivo. A paixão.

Chamas...

Eu dei uma volta inteira, continuo a caminhar. Buscando o que me pertence, o meu tesouro.
O Infinito Particular, sempre infinito... mesmo tão pequeno! A vida SEMPRE continua....


segunda-feira, 3 de novembro de 2008