terça-feira, 27 de maio de 2008

Escrever...


... pelo simples prazer de escrever...

Colocar as palavras lado a lado. Ir construindo jogos e metáforas. Sentir que os significados vão aparecendo lentamente. Sem ponto de chegada. Apenas uma viagem que te traz lembranças. Ou seriam lembranças que constroem uma viagem?

... pelo simples prazer de escrever...

Criar histórias fantásticas. Construir desejos e necessidades. Transcrever-se ao papel. Toda obra de arte, tenha qualidade ou não, é autobiográfica. Suas palavras e histórias são pedaços colocados sobre o papel. Automutilação artística.

... pelo simples prazer...

E então, encontrar a glória do diálogo. Encontrar o outro. Do êxtase particular à comoção coletiva. Ou não. Permanecer no anonimato. Sem nenhum tipo de retorno ou repercussão. Automutilação artística.

... pelo prazer...

Talvez encontrar a mim mesma na tela. Cumprir o ritual e despejar a auto-análise sobre o post. Desabafar individualmente em público. Exibicionismo terapêutico. Ou seria terapia exibicionista?

... pelo...

Prazer. Desabafo. Aprendizado. Exercício. Desaforo. Dinheiro. Orgasmo. Amor. Contrário. Jeito. Orgulho. Esgotamento. Arrasto. Virtualismo. Funambulismo. Pleonasmo. Jogo. Namoro. Gradativo enlouquecimento............

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Twilight


Caros, sei que estou ausente de minhas escritas e afins... Ainda não me encontro com algo que seja de interesse à ser escrito. Sendo assim, deixo um comentário sobre o livro Twilight - Crepúsculo - de Stephenie Meyer, simplesmente amei o livro!!!!


Crepúsculo poderia ser como qualquer outra história não fosse um elemento irresistível: o objeto da paixão da protagonista é um vampiro. Assim, soma-se à paixão um perigo sobrenatural temperado com muito suspense, e o resultado é uma leitura de tirar o fôlego - um romance repleto das angústias e incertezas da juventude - o arrebatamento, a atração, a ansiedade que antecede cada palavra, cada gesto, e todos os medos. Isabella Swan chega à nublada e chuvosa cidadezinha de Forks - último lugar onde gostaria de viver. Tenta se adaptar à vida provinciana na qual aparentemente todos se conhecem, lidar com sua constrangedora falta de coordenação motora e se habituar a morar com um pai com quem nunca conviveu. Em seu destino está Edward Cullen. Ele é lindo, perfeito, misterioso e, à primeira vista, hostil à presença de Bella o que provoca nela uma inquietação desconcertante. Ela se apaixona. Ele, no melhor estilo "amor proibido", alerta: Sou um risco para você. Ela é uma garota incomum. Ele é um vampiro. Ela precisa aprender a controlar seu corpo quando ele a toca. Ele, a controlar sua sede pelo sangue dela. Em meio a descobertas e sobressaltos, Edward é, sim, perigoso: um perigo que qualquer mulher escolheria correr. Nesse universo fantasioso, os personagens construídos por Stephenie Meyer - humanos ou não - se mostram de tal forma familiares em seus dilemas e seu comportamento que o sobrenatural parece real. Meyer torna perfeitamente plausível - e irresistível - a paixão de uma garota de 17 anos por um vampiro encantador.
Fonte: Livraria Saraiva

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Rejeição, Carência e outras cossitas mais...


“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...”

(Dostoiévski)


A carência é própria do ser humano. Todos queremos ser reconhecidos, valorizados, amados. E, pensando bem, até mesmo os animais querem carinho.

À sua maneira, a Nina, minha cachorra, “choraminga” e exige atenção. É difícil resistir ao seu olhar e gestos. A diferença é que ela não guarda mágoa e mostrará alegria quando, mais tarde, receber o carinho solicitado. Talvez por isso as pessoas prefiram os cães, eles sempre são fiéis e compreensivos, ainda que rejeitados.

O ser humano não suporta a rejeição. Sentir-se rejeitado é ser marcado por toda a vida. Talvez esta seja a fonte do ódio e ressentimentos que muitos cultivam.

Quantos adultos seriam bem melhores se tivessem sido amados na infância? Quanto sofrimento carregamos em nossos corações causados por gestos e palavras impensadas? Quantas marcas teimam em não desaparecer? Quantas feridas insistem em não cicatrizar?

Claro, como diria alguém que conheci: “A culpa é do capitalismo!” Os indivíduos vivem em sociedade e a forma como esta se organiza tende a reforçar determinadas patologias. Uma sociedade que prioriza o TER em lugar do SER imagina suprir o afeto pelo consumismo.

Não é por acaso que os educadores apontam a ausência dos pais como um dos problemas atuais mais prementes. São pais que transformam o amor e o convívio, necessários à formação da personalidade, em bens a consumir. Isso, é claro, entre as camadas com maior poder de consumo.

Vejo um adulto neurótico, rancoroso e infeliz e penso como foi sua infância. É grande a probabilidade de que traga as marcas da rejeição. Muitas vezes, recolhe-se à solidão e ao mundo abstrato dos conceitos e dos livros. Torna-se intragável, chato. Tende a afastar as pessoas, e até mesmo os amigos, da sua companhia. E, na verdade, precisa de ajuda. Como nem sempre é compreendido, adota subterfúgios. É a forma que encontra para resistir.

No fundo, todos somos carentes e carregamos alguma marca de rejeição. Mas nem todos temos a sorte de encontrar as pessoas certas que nos ajudam a superar os sofrimentos do passado ainda presentes em nossas almas. Nem todos temos o privilégio encontrar no amor a segurança necessária para não sucumbir à maldição de Caim. E não me refiro apenas ao amor que une o homem à mulher e vice-versa, mas a todas as formas de amar, inclusive a materna, paterna e a amizade.

Sentir-se rejeitado, é sentir que existem coisas bem mais importantes na vida de alguém. E que naquele momento não há espaço para você.!.!.!