domingo, 20 de junho de 2010

O Encontro das Águas...


Indagando a grande questão imposta por Lewis Carroll, autor do Alice no País das Maravilhas: "Quando se está perdido, qualquer caminho serve?". Não deixa de ser uma pergunta lógica para colocar em check uma pessoa que se encontra perdida, sem saber para onde quer ir. Não vou relembrar o diálogo, visto que recentemente Tim Burton fez seu remake dessa história com o Depp - aqui ficam alguns suspiros-, como uma das estrelas principais. Quem não viu, o Youtube tá aí pra isso, já que o foco em si não é o filme.

Voltemos.

Eu estava por aí tão perdida quanto Alice... Questionando-me e perguntando a qualquer "gato sorridente" se ele sabia o caminho a seguir e acabava sempre por me deparar com portas a serem abertas e quase sempre, bem, quer dizer, sempre, me deparando com uma grande selva escura e cheia de abismos. Como sempre tive em mim um gravíssimo impulso de querer sempre as coisas mais difíceis, lá ia eu e minha súbita coragem em mais uma Grande Expedição. E no final, o mesmo final obviamente, nada encontrava, nada a minha frente, nada além de um bichano que pra gato ainda faltava um pouco mais.

Eis que ao ver diante das minhas mãos a minha própria imagem, percebi que naquele momento estava ante as margens de dois rios, e que diante a mim havia uma pequena embarcação com alguns remos. O Encontro das Águas me deixou com medo. Tinha diante a mim duas possibilidades, a primeira e a mais fácil era de manter-me na margem do rio que me encontrava, do lado de cá as coisas estavam mais fáceis, não precisaria mudar nada, não haveria qualquer bloqueio a mudança e tão quanto resistência. No entanto, bastaram poucos minutos para perceber que como as coisas iam e a velocidade com que as águas se moviam eram muito pouco para mim. E também percebi que naquela margem só haviam lembranças que não me agradavam quando voltavam ou quando me encontrava com elas.

Decidi que eu iria mudar o percurso, ajustar as velas como costumo dizer, e navegar por novas águas. Tomei a decisão de mudar minha vida e encarar uma cirurgia no qual, mesmo não querendo, estou apostando todas as minhas fichas. Claro que como todas as mudanças, a reação inicial não é das melhores, não. Mas quando se quer muito, mas muito uma coisa, parece que todo o universo se move e faz com que bons ventos soprem e a direção muda, consequentemente. Descobri o que eu quero.

As águas correm, nunca sendo a mesma numa nascente... E agora eu navego nas águas tranquilas da minha decisão, tentando encontrar o equilíbrio entre os dois rios que se encontram em mim, o de antes e o de agora. Procurando manter a minha essência, mas sempre sendo diferente, única e ímpar.!.