quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O Mal do Século

Por Jabor:

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar:

"Digam o que disserem, o mal do século é a solidão".

Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido facilmente, alguém duvída?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.

Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tãodistante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site derelacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!" (dessa eu sou vítima rs), "Eu sou pra casar!" até a desesperança da "Nasci pra ser sozinho!" Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de
rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo uma solteirona infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí?
Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse à oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que seu problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser
estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Pensamentos

Eu estava, a pouco, ouvindo uma música da Ana Carolina - "Então vá se perder" - e estava analisando a minha vida, e uma vida alheia.
Essa parte: "... me diz como fugir, do que levamos por dentro?..." esteve rondando meus pensamentos à alguns dias. Este "por dentro" pode significar algo físico ou coisas da alma... o departamento intangível do corpo, e ambos se não estiverem em plena sintonia faz com que em algum ponto do caminho deixamos de acreditar em nós mesmos; Em saber o que realmente existe em nós, dentro de nós. E por conseqüência a vida se perde... os rumos se perdem e já não sabemos mais quem somos, o que queremos e para onde vamos...
Eu me senti assim, e nesses dias estranhos parecia que eu podia tocar meu silêncio, ele era minha única companhia.
Aí, eis que vem a outra parte da música: "... Crescer, sumir, partir, chegar... Revirar e se descobrir... Se elaborar, se transformar..." Eu posso afirmar com toda propriedade que este ciclo, nesta exata seqüência, é fundamental para o crescimento da alma, que automaticamente faz bem a tal da parte física citada acima.
Eu aprendi com uma pessoa que somos autores e personagens principais de nossas vidas, que só eu posso mudá-la... reescrevê-la... SÓ EU! E como não poderia faltar, uma das frases essenciais na música, que eu deixo em aberto para reflexão: "... Quando você irá cair em si?..."

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ruas de Outono

Ruas De Outono

Ana Carolina/ Antonio Villeroy

Nas ruas de outono
Os meus passos vão ficar
E todo abandono que eu sentia vai passar
As folhas pelo chão
Que um dia o vento vai levar
Meus olhos só verão que tudo poderá mudar
Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto
Daria pra escrever um livro
Se eu fosse contar
Tudo que passei antes de te encontrar
Pego sua mão e peço pra me escutar
Seu olhar me diz que você quer me acompanhar

Precisa dizer mais alguma coisa????