Satânico é o meu pensamento a teu respeito e ardente é o meu desejo de apertar-te em minhas mãos, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem a noite.
Era quente e calma, e eu estava em minha cama quando, sorrateiramente, te aproximaste, encostaste o teu corpo, no meu corpo nu, sem o mínimo de pudor.
Percebendo a minha aparente indiferença, aconchegaste a mim e me mordeste sem escrúpulos ate nos mais intimos lugares. Eu adormeci.
Hoje, quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente em vão. Deixaste no meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nos ocorreu, durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo para, na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com toda a avides e força. Quero apertar-te com todas as forças de minhas mãos. Não haverá parte do meu corpo em que meus dedos não passarão.
Só descansarei quando ver sair o sangue quente do teu corpo. Só assim, me livrarei de ti, mosquito filho da mãe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!