sábado, 28 de março de 2009

Engano Revelador


“O ato falho denuncia desejos que estão em nossa mente, porém ainda não passaram para o plano consciente”


Procurei buscar respostas ao que estava acontecendo. Por que estava em diversas situações falando, agindo ou entregando uma série de coisas que talvez nem eu mesma soubesse que existia, ou queria. Por exemplo, essa semana eu estava no caminho da faculdade, quando dei por mim já tinha passado dela alguns quilômetros... e o porquê isso aconteceu? Fato! Eu não estava com vontade alguma de entrar naquele ambiente e me deixei levar por alguns instantes pelo meu inconsciente. Um autoboicote.

Freud (1856-1939), percebeu a importância dessas ações e as chamou de atos falhos, ou seja, atitudes inconscientes que acontecem em nosso dia-a-dia. Quase tudo, realmente, Freud explica...

Se você já assistiu O Diário de Bridget Jones nota que o sucesso do filme vem justamente por brincar e dar um tom espirituoso às neuroses e auto-sabotagens de sua heroína: uma mulher de 30 anos que, enquanto conta calorias, procura um namorado legal e tenta parar de beber e fumar. Quem não se identifica com a listinha de resoluções de Bridget para melhorar sua qualidade de vida? Ali está, por exemplo, “não vou me interessar por nenhum dos seguintes tipos: alcoólatra, workaholic, homem com horror a compromissos, os que têm mulheres...” ou “vou sair da cama assim que acordar, ser mais segura, ser mais firme...” Será que ela conseguirá atingir seus objetivos ou procurará subterfúgios para se sentir melhor? Irá se auto-enganar?

Torna-se aceitável as teorias de que sem as mentiras que contamos a nós mesmos, a vida seria muito dura e sem encanto. Até que ponto pode chegar um homem na dissimulação interna e no auto-engano necessários para apaziguar a mente e garantir uma convivência harmoniosa consigo mesmo?

O auto-engano só será completo e perfeito quando for um ato não planejado. Por isso, basta ficar atento aos resfriados, esquecimentos, atrasos, namorados problemáticos...

9 comentários:

  1. JAMILLE,
    1)Peço desculpas também desde o ano passado venho tendo problemas com saúde. Esse ano descobri que tenho tireoide de Hachimoto,dai minha identificação com seu texto.
    Às vezes não depende da gente,mas sim de médicos,remédios e "nossa boa vontade"!
    2) Fiquei muito feliz com sua ida la no esconderijo o que me fez vir aqui e ler um bom texto..
    3)Preciso vir mais aqui, mesmo que a lua não esteja sorrindo pra mim.

    Beijos e um otimo domingo cheio de paz e saude.
    Da sua amiga

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  2. Pois é, Lobato, nossa vida é recheada dessas coisinhas, dessas intempéries. Mas são elas que nos ensinam e nos divertem. E passar do lugar onde íamos é uma constante em mim.

    Dou uma risada e pronto, fico melhor.

    Bom ter você de volta.
    Não quero que suma mais.

    Tenha um bom domingo e continuemos...

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  3. EU cometo milhares de atos falhos todos os dias..... de repente seja esse o sinal que devo mudar de direção ... quem sabe depois de desacelerar !!!!

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  4. Quando eu leio, as vezes ocorre de fugir para as últimas páginas apenas para confirmar o final, como se ele me visitasse antes. Acho que a gente tem mania de se sabotar, mas nem sempre é ruim. Beijos daqui

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  5. quando isso ocorre comigo eu logo me dou conta da falta de interesse e compromisso que sinto perante a situação. e isso ocorre com muita frequencia =(

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  6. eu sou cheia desses autos... todos enganos, sabotagens, boicotes. mas adoro! na verdade nem os usos mais como desculpas, apenas assumo as culpas. bjo

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  7. Cadê dos textos novos?

    Escreva mais e sempre, Lobato!
    Um carinho.

    Continuemos...

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  8. Eu sou a auto-sabotagem! E ponto!

    Ohohohoh...

    Bjokas e saudades

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  9. Eu vivo me auto-sabotando... vivo passando dos lugares que vou. Mas nem sempre isso é ruim.
    Bjks

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O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!