terça-feira, 4 de maio de 2010

[Des] Encontros


Disse há algum tempo atrás e insisto, o Mal do Século é a solidão.

E digo isso não só pelas crônicas e devaneios de qualquer escritor ou poeta, que insiste em procurar causas pela busca desenfreada do amor, apontando novos perfis de pessoas ou novos perfis de busca. Busca essa que está relacionada literalmente à palavra caça.

Por quê? Explico-lhe já.

As pessoas não estão buscando uma companhia agradável, uma pessoa que possa compartilhar momentos, situações desde rotineiras as mais inusitadas. Não buscam aquele ou aquela que irá lhe acompanhar a última sessão de sábado, um filminho no sofá domingo à noite e até mesmo em uma baladinha pra “balançar” o esqueleto, porque afinal música faz bem pra saúde. Também não buscam a companhia para o passeio no parque, o teatro com aquela peça “alternativa” ou o passeio em alguma livraria, aproveitando para dar uma esticadinha pela Av. Paulista apreciando toda beleza da Selva de Pedra que São Paulo exibe. E nem tão pouco aquela pessoa que irá se calar quando tudo o que você precisa é de silêncio e aconchego, seja porque o dia no trabalho foi exaustivo e cheio de chateações ou simplesmente porque aquele dia é “Um Dia Daqueles”, como retratou muito bem meu estimado escritor Bradley Trevor Greive. E nem tão pouco aquela pessoa que te entende e sabe o que você quer só em te olhar nos olhos...

Não, não é isso que procuram.

O aumento significativo dos encontros casuais, aqueles encontros onde o único propósito é satisfazer as necessidades da carne e do desejo, sem sinergia e encaixe de personalidade, sem as conversas para descobrir o que gostam em comum e o que terão de trabalhar juntos para conviver com as diferenças, sem saber quem são de verdade um ao outro, importando somente saber se ele, ou ela, terá os pré-requisitos que atenderão ao propósito acima citado, é quase que inteiramente responsável pelo fim dos relacionamentos normais, ou dados como anormais agora, mas que eu defendo como princípio e valores pessoais.

E aí, eu te pergunto: Quem é o responsável disso tudo? O homem que exigiu uma mulher mais “quente”? A mulher que descobriu que tinha os mesmos “Direitos” que o homem e usou esse termo para transferi-lo não somente ao trabalho e a família, mas também ao sexo?

Defendo a causa onde nós mulheres não devemos mesmo nos satisfazer em satisfazer um homem, deixando de lado a exigência por atenção, carinho e respeito. Mas não acho legal, nem para um homem, nem para uma mulher, sair por aí “a torto e a direito” com quem quer a hora que quer, sem ao menos se lembrar do nome “do amigo” que esteve com você à noite passada, ou a tarde passada, ou o dia passado... Que seja.

Defendo os relacionamentos monogâmicos, até porque sejamos bem sinceros, é muito, mas muito difícil mesmo, administrar dois ou mais casos por aí, eu pelo menos não conheço ninguém que tenha obtido sucesso na “empreitada”.

E ao final disso tudo, como é verídico, no domingo à noite para não se submeter aos desastrosos programas da TV aberta, você se resume a uma comédia romântica, onde as pessoas curtem, relacionam-se com outras pessoas, surtam, separam-se, curtem mais um pouco e voltam pro “ninho do amor” porque percebe que uma vida sem amor é totalmente sem graça, imaginando se aquela situação um dia acontecerá com você. E aí eu te deixo uma outra pergunta: O que você está fazendo para mudar tudo isso???

Eu quero é mais sair por aí parafrasenado The Cure:

"I don't care if monday's black
Eu não me importo se as segundas são negras
Tuesday, wednesday heart attack
Terça, Quarta ataque do coração
Thursday never looking back
Quinta nunca olhe para trás
It's friday I'm in love
É Sexta-Feira eu estou apaixonado"

Um comentário:

  1. Essa postagem ficou muito boa mesmo!
    Repensar... reinventar... ou só colocar em prática...
    Viver é algo simples, e nossa tarefa é simplesmente complicar aquilo que temos ânsia por querer saber antes da hora...

    O que eu sei agora é que eu te amo e isso não muda, indiferente de quanto tempo ou quais as visões que qualquer um pode ter! Pra sempre!

    ResponderExcluir

O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!