segunda-feira, 7 de julho de 2008

Monó[diá]logo


- Apaga a luz, anda... Deixa de manha e vem deitar aqui, comigo. Eu sei que você quer... só não tem coragem pra admitir... por que? Você está aí se enrolando... dificultando tudo... já foi umas três vezes no banheiro... escovou os dentes um bocado... e tudo isso pra evitar a conversa? Tudo isso pra evitar admitir que não consegue viver sem mim? Se você ligar o computador de novo, dizendo que esqueceu de fazer outro trabalho inadiável, eu vou começar a duvidar da sua inteligência... por favor, pelo menos arranje desculpas melhores... tudo é tão claro e transparente... primeiro esta resistência meio que patética... depois uma vergonha que eu já nem sei de onde nasce... e por fim a entrega... óbvia, como sempre! O que é que você precisa? De alguém que finja como você faz? De alguém que faça de conta que está em dúvida também? Eu não tenho dúvidas... nunca tive e não pretendo começar a tê-las agora... eu sempre digo o que penso... sempre demonstro meu tesão... não tenho vergonha do que sinto! Por que teria? Você não acha natural o que eu faço? Problema seu... porque mesmo não achando natural, no final, você goza... no final, você sempre goza. Então... desfaz essa cara amarrada... o amor não é um jogo, baby... ou você se entrega, ou não... ou você tem coragem, ou não... ou você assume seus gostos ou vai ficar o resto da vida vivendo de migalhas... na esperança de que alguém adivinhe o que você deseja. Você pode até pensar que tem prazer nesse jogo de esconde-esconde, mas é porque você ainda não teve coragem de se atirar numa aventura de verdade... Um mapa sempre pode ser muito bonito e vistoso, mas nunca deixa de ser um mapa. A aventura pelo relevo verdadeiro é que faz com que a vida assuma seus riscos verdadeiros. Ao olhar o mapa não sentimos o suor e o medo... sim, medo! O medo é que faz com que nosso coração bata mais forte. O medo faz parte, não tente evitá-lo... Anda, vem! Apaga a luz. Aproveite o crepúsculo e fique aqui do meu lado. Vem olhar comigo as coisas por um ângulo diferente... vem ver que nem tudo tem que ser sempre igual... que nem todos as pessoas são sempre iguais... então, por que esperar de mim as mesmas reações que você teve dos outros? Apaga a luz, anda... deixa de manha... vem aqui e deita no meu ombro... eu sei que você gosta... Mais... eu sei que é o que você quer... Eu sei que, por trás dessa marra toda, existe outra pessoa... muito mais interessante! Deixa esse personagem e vem brincar de verdade. Ah... você não esperava essa reação de mim? Você queria o quê? Que brigassemos novamente? Ai, ai... tanta perda de tempo... tanta energia jogada fora... já passei da idade, baby... Mas, não se preocupe... mesmo que você se debata e corra, eu vou estar por aqui. Não de uma maneira subserviente, como você costuma gostar... mas, estarei aqui... levando a minha vida... conhecendo outros territórios. Só que não demore demais, baby... senão, vai encontrar seu lugar ocupado... a luz está acesa... quem puder enxergar e souber o que fazer, vai levar!

4 comentários:

  1. Jamille,
    SAUDADE!

    Aproveitei e li alguns textos...e como sempre lindos! Voce escreve com a alma.
    Gostei em especial de quebra cabeça, e Simples desejo.
    Adorei te ver e te ler
    Beijos

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  2. Oi linda, uma vez um gande amigo me disse uma frase q me lembrou um pouco desse texto, qr dizer talvez nao tenha nada haver mas me lembrou....


    "os verdadeiros atores soms nós,pois qndo estamos no palco somos quem nos realmente somos".....

    Como sempe adorei... bjus e te cuida,

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  3. Meodeos, Jamille!!!! Fiquei retardada com esse texto! Caraleo, se eu fosse beesha eu ia, hein?! :)

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  4. O desejo que move o mundo e a pessoa de nós. Cada um querendo o amor que vem. Lutando contra o tempo que não perdoa. Mais que certa é a persona que grita pelo calor do outro.

    Bom voltar aqui, Jamille.

    Sempre que postar novas coisas, pode me avisar que eu venho.

    Abraços sinceros.
    Germano

    Apareça sempre...

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O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!