quarta-feira, 24 de setembro de 2008

As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo,

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo

bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.


(Drummond)

3 comentários:

  1. Drummond é Drummond e nem se comenta, lê a alma como se fosse um texto qualquer... Bjoka

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  2. Ah o amor... precisamos explicar pq amamos alguém.. eu amo e pronto..rs, sem pq, nem pra que, sem ser necessário entender

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  3. Feliz aniversário... =9

    Guriah, como sempre fazes uma ótima seleção de textos (quando não os escreve), quando eu crescer quero ser que nem você... ^^

    Beijõ!
    ;)

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O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!