sexta-feira, 15 de abril de 2011

[Des] Espero




Na angustia dos meus sentimentos, evapora-se o sono.

Acendo um, dois, três cigarros...

Vago, arrasto. Medo e anseio numa mistura desenfreada.

Sensação de torpor... De Dèja vu.


Inspirada em um “texto amigo”, cá estou eu divagando sobre minhas expectativas e percepções da expectativa alheia. Uma vez, alguém a quem não me lembro quem, disse-me que a gente só se decepciona com aquilo que criamos expectativa.

Mas afinal, o que querem as pessoas?


Eu projeto minhas expectativas, muitas vezes, com base em fatos reais e possíveis. Projeto-a, inclusive, por conta dos fatos passados. Talvez seja mesmo verdade aquela história que o passado possa definir o futuro, ou ao menos torná-lo mais previsível. Crio a tal expectativa na ânsia de que objetivos e sonhos sejam alcançados, e consequentemente a vitória comemorada. Mas percebo que em grande parte da conquista, não foi a expectativa que me deu força, foi a vontade, o desejo, a paixão... O tesão.


Segundo o dicionário, Expectativa é a esperança fundada em promessas, viabilidades ou probabilidades. Ansiedade, esperança.

Espera-se que se dance ao som da música.

Anseia-se que os medos interiores não nos atormentem, mais.

Espera-se Reciprocidade.

Anseia-se que a solidão não bata a porta como um amigo traiçoeiro.


"-Vai dar tudo certo...". É o que diz uma vozinha lá no fundo de mim, mesma...



"-É uma via de mão dupla". Diz a outra.

Um comentário:

  1. Oi, Jamile,

    Creio que só geramos expectativas por fatos reais ou passíveis de acontecer. Eu, pelo menos, não costumo colocar as minhas energias em "sonhos impossíveis." Creio que, a partir daí, ou seja, da probabilidade de se concretizar um sonho palpável, a expectativa é abrangente e não há como evitá-la, assim como a decepção, caso a "espera" tenha sido em vão.

    Beijos,
    Inês

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O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!