segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pensamento do dia por Veríssimo...


"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.

A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."


Luiz Fernando Veríssimo disse e eu concordo!

7 comentários:

  1. Eu amo esse texto do Veríssimo!!! Que raiva do quase, que raiva de gente que se contenta com o quase... Ai, chega a ser física essa raiva! uhauhahuAHUau Estou pensando em copiar esse texto no meu blog, heheheh!

    Bjokasssss

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  2. Na frieza dos outros deixamos de acordar de manhã com vontade de dizer bom dia..Um simples OI,é motivo de desintendimento hoje em dia..cada um se afoga na própia ingnorancia e no esquecimento de si mesmo..E assim a cidade e mais chata e sem graça...

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  3. Pois é moço... mas pessoas com o pensamento diferente desse egoísmo barato, devem fazer dos dias um pouco mais coloridos e felizes!
    ;)

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  4. Espero que na sua vida, os "quases", tenham terminado!!!

    Bjus!!!
    s2

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  5. Adorei seu blog tb, e amo este texto... Apesar de não ser do Veríssimo, sim, ele mesmo já falou isso em público, que ele gostaria muito que fosse dele, mas quem o escreveu é uma mulher, agora não lembro o nome, mas prometo que qq dia desses venho aqui e posto...

    O quase... o quase me persegue nos meus pensamentos essa semana... o quase é que tem me deixado instável... odeio o quase... isso me faz lembrar de um pensamento que tinha anotado no meu caderno quando eu estava na 6ª série (acho que nem deveria entendê-lo direito naquela época), era algo do tipo:


    A dor de um TALVEZ dói mais que a dor de um ADEUS. Pq a dor de um adeus passa, e a dor de um talvez, TALVEZ!

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O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!