"Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossivel ser feliz sozinho
O resto é mar
É tudo que eu não sei contar
São coisas lindas
Que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho a brisa e me diz
É impossivel ser feliz sozinho
Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade
Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver"
Os versos da canção Wave, de Tom Jobim descreve a necessidade de amor e companhia, além do que todos que buscam, um Final Feliz, certo?Errado! Para o Psicanalista Flávio Gikovate, em seu livro Uma História de Amor... Com Final Feliz, o ideal de amor romântico que predomina no imaginário coletivo está com os dias contados. Baseado nas experiências de atuação na psicoterapia e em suas vivências pessoais, Gikovate apresenta uma proposta inusitada acerca da questão do amor: formar laços que respeitem a individualidade; ou viver só, estabelecendo vínculos afetivos e eróticos mais superficiais.
Essa semana, estava em alta crise existencial, tentando entender de o por quê algumas pessoas insistem em usar a frasezinha clichê "Não estou a fim de me envolver" e comecei a pesquisar artigos que pudessem me dar a luz sobre tal escuridão.
Encontrei uma definição, segundo o autor do livro, diferente de amor, chamado "o + amor", que segundo meus entendimentos traz uma relação compatível com os tempos modernos, que respeita a individualidade. Existe respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. É parecido com a amizade porque aproxima duas unidades e não duas metades . Basicamente, é uma forma adulta e sólida de relacionamento, na qual a palavra concessão é substituída por respeito.
Acredito sim que parte do medo dos relacionamentos, com a denominação "sério", existam porquê existe o medo de perder a individualidade, o passeio no shopping domingo a tarde com as amigas ou o futebol sagrado de um dia qualquer a noite. Parte do "fenômeno individualista" deve-se ao fato de que duas coisas modificaram esse ideal do amor: a independência da mulher, desequilibrando a idéia de fusão com uma liderança masculina, e o avanço tecnológico, que criou condições extraordinárias para o entretenimento individual. Hoje, há uma briga muito mais ostensiva entre amor e individualidade. Nesse sentido, acho que o +amor , aquele sentimento descrito, tem grande chance de prevalecer.
Com base nessa história de + amor, concluo que se não somos planta, com várias exclamações após essa palavra (!!!!!!), não há razões para qual homens e mulheres tenham medo do envolvimento, até porquê se levamos ao pé da letra, é quase dizer: "Olhe minha filha, o hoje fica aqui, amanhã é passado e você significou alguns momentos de prazer.", em outras palavras, sacrificamos o desejo da carne. Virou pegação, como diria a Denise, "é Créu neles".
Será mesmo que o conceito Tribalista está virando a Nova Era, ao invés de uma tendência modinha?
Será mesmo que o conceito Tribalista está virando a Nova Era, ao invés de uma tendência modinha?
Ai, meu bem. Como já disse, isso aqui está um luxo! Eu me sinto muito mais luxuosa, inteligente e bonita lendo isso aqui. Sendo citada, então, ui, que calor! Hahaha... Mas sério, eu já li/ouvi/conversei/viajei sobre essa individualidade da era pós-moderna e ela me parece um tanto conflituosa ainda. Talvez você tenha deixado isso no ar, dizendo que sim, a análise do Flávio Gikovate confortou o seu momento de crise, ao mesmo tempo em que você botou bem lá no título o delicioso "até onde?". Adoro!
ResponderExcluirO documentário (que estou louca para ver ) "The century of the self" lança as relações entre a individualidade e o consumismo. Exatamente a sociedade do Créu que eu visualizo.
Se é humano, é complcado e quando simplifica, é CRÉU! Para vender o peixe: http://aumpassodomar.blogspot.com/2008/08/masturbao-amorosa-do-fim-de-semana.html
Hehehehe... Bjundas!
Interessante que a filosofia dos tribalistas é a " coletividade" mas todo mundo apenas se lembra dos versos " eu sou de nimguem... eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também", porque será que nimguem lembra dos versos " Passe em casa... estou esperando visita" ou então " Meu melhor amigo é o meu amor" ou ainda " Eu não quero ganhar.. eu quero chegar junto".
ResponderExcluirVivemos em um mundo em que temos medo da solidão mas não queremos pagar o preço pela " comunhão", preservamos um monstro chamado " individualidade" mas esse monstro vai nos devorar em pouco tempo, alimentado por nossas atitudes!!
Nossa individualidade é apenas um travesti do nosso " egoísmo".
PS: Obrigado pela visita, beijos!!
Que bom que voltaste... fiquei feliz... e fiquei mais feliz ainda com esse post... essa coisa de individualidade não existe qdo nos apaixonamos por alguém... perdemos todas as nossas coordenadas, os nossos limites, desconhecemos todas as coisas que já aprendemos, e nessa matéria somos completamente principiante... eu já nem me importo mais, pq as borboletas no estômago me fazem bem... hahahahaha
ResponderExcluirOlá Jamille,
ResponderExcluirJá coloquei se blog na lista de participantes da blogagem coletiva.
Para participar do Grupo Blogueiro é só ir lá no meu blog e clicar no link e fazer seu cadastro.
Muito obrigado e te espero lá!
bjos
Que bom que voltou....
ResponderExcluirEu acredito no amor dessa forma, o que respeita a individualidade e que um não precisa se anular pelo outro, nem tentar mudar o outro.
Huum.. de volta com espaço novo, que bom.
ResponderExcluirTodos precisamos de alguém do nosso lado, que nos "complete".. mas precisamos de momentos para nos fazer companhia, momentos só nosso, momentos só para nosso eu.
Basta saber dosar e respeitar isso, num relacionamento.. aíi que está o problema. rs
Beijos
muuitoo boom esse texto :)
ResponderExcluire keroo ler esse livro agoraa
huauhauhahuah
bejoo amore
Passei para agradecer a sua confirmação no Abre Aspas e fico aqui, em silencio a resmugar wave. Amo essa música. Ela é parte de mim. Parte de algo meu. De uma história que começou a cinco anos e segue sendo cultivada um pouco mais a cada dia. Hummmm. É bem interessante quando deixamos de ser apenas a gente para ser o outro e eu juntos num só.
ResponderExcluirAbraços meus
Segundo a própria música, eis o "conceito" de tribalismo:
ResponderExcluir"O tribalismo é um anti-movimento
Que vai se desintegrar no próximo momento
O tribalismo pode ser e deve ser o que você quiser
Não tem que fazer nada basta ser o que se é
Chegou o tribalismo, mão no teto e chão no pé"
Téoricos que teorizam, mundo cão que modifica costumes, eu que não sou desse mundo, perdido fico a ver a instauração de uma nova ordem. Não sei se o amor vai acabar assim. Poesia nunca acaba, nem começa, é eterno. E a música é grande.
ResponderExcluirUm carinho, Lobato.
Continuemos...
Neste grande mestre pet shop a cultura é um sabão, artigo de fim de estoque, aproveite a ocasião. Mundo mundo mundo cão!!!!
ResponderExcluirOI flor fico feliz por estar de volta.
ResponderExcluircara essa canção wave, eé realmente mto interessante, adoro ela embora eu nao seja mto fã de bossa nova.
Pensando no que vc escreveu, me veio a tona uma frase q nao sei aonde ouvi mas q e mto significativa
e mais ou menos assim :
"Amar nao é dizer adeus," nao e uma conta de º/º e sim uma +, soma de conhecimentos, de prazeres , de alegrias
Amor nao e prisao é liberdade.....
um bju flor,,,, adorei o blog novo
Jobim me deixa sempre sem palavras.
ResponderExcluirE podem dizer-me: cafona, mas acredito no amor. Aquele que apenas acrescenta. O amor de amigo, de mãe, de homem, de mulher, do namorado, de Deus. Concordo em gênero e grau - é impossível ser feliz sozinho.
Oi Jamile! que bom que vc voltou, adorei seu novo espaço. E estou levando o link comigo.
ResponderExcluirFaça as palavras de sua amiga do blog Quase trinta as minhas: Eu acredito no amor dessa forma, o que respeita a individualidade e que um não precisa se anular pelo outro, nem tentar mudar o outro.
Bjos