segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Reticências


Eu poderia começar uma história com um simples "era uma vez...". Eu poderia iniciar versos tentando explicar sentimentos e comportamentos. Poderia se quisesse, expor as claras esse negócio aqui dentro. Algo parecido com um nó. Daqueles que sufoca, aprisiona, asfiquixia.

Minha trilha sonora nesses dias vem sendo o CD O Quartinho, da Ana - Duplo Dois Quartos. Além de adorar a persona, eu ando com todos esses sentimentos aqui dentro, onde chamamos de coração.

Tenho a impressão da repetição das frases, dos mesmos passos, dos mesmos caminhos... A mesma história. A algum tempo atrás postei algo sobre o verbo causar, conjugando-o de uma forma bem particular. Definitivamente eu causo.

Andei, corri, duvidei, tropecei. Caí, chorei, tanto. Me arrependi, ganhei e perdi. Fiz como pude. Não por falta de amor, mas por amar demais.

Desprezei meu ego.

Alguém visitou os corredores da minha alma. Soube dos enganos, alguns traumas, secretos planos. Soube dos meus erros, e dos nós que fiz. Quando dei por mim, esse amor demais estava escorrendo entre os meus dedos, como água, das mais cristalinas, ali, na minha frente, escorrendo... mas não percebi.

Como nos mais belos contos, a história começou com um final feliz, mas ei! estou dissertando sobre o meu eu, a sim, claro! eu escrevi correto, começou. Não significa que continuou...

Gostaria poder ficar de fora, olhar para mim, me perceber como sou percebida. Nem sempre reconheço a imagem que reflete no espelho. Preciso organizar minhas idéias. Não me encontro nos andares onde ando. Me viro do avesso, me viro na cama, e mesmo assim não me vejo. E o meu lugar? É aqui? É assim?

Preciso aprender a andar sozinha, para quem sabe assim ouvir minha própria voz.


3 comentários:

  1. Os meus sonhos emprestaram-te asas
    A minha indomável vontade o encanto
    Coroei-te com diadema de espuma
    Nos umbrais do infinito pensamento

    Uma torrente de emoções aguarda-te esta semana

    Mágico beijo

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  2. Convido-te para apareceres lá no Shiuuuu... é logo ali ao virar da esquina.

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  3. Amei... Gostei muito muito muito do teu blog e vou colocá-lo nos meus links... Nem sempre tenho palavras para escrever o que eu gostaria tb, as vezes me faltam (no post de hoje por exemplo)...
    buenas, retribuindo a passada no meu blog e vou voltar sempre... beijos

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O uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, ficamos livres do pensamento. Uma das nossas características centrais é que falamos quase o tempo todo, não apenas com palavras físicas, mas também mentalmente. Quando não dizemos nada para os outros, estamos dizendo coisas para nós próprios. Quando não escutamos alguém, ouvimos dentro de nós a voz interior das esperanças e anseios que habitam nosso universo pessoal.
Portanto, sintaxe a vontade, para expressar-te aqui!